JOGO RÁPIDO SOBRE ALIMENTAÇÃO INFANTIL

 

A alimentação infantil é um tema que ainda causa bastante expectativa e ansiedade nos pais e por isso dei uma rápida entrevista  para o blog Hello Moms o qual sou nutricionista consultora.

 

♥ A Introdução Alimentar geralmente é um assunto tenso entre as mamães e acaba criando muitas expectativas. Quais seriam as suas principais dicas para que as mães não fiquem tão ansiosas quando chegar esse momento?

Para reduzir as expectativas com relação à introdução dos primeiros alimentos é importante saber que o bebê ainda está em uma fase de descobertas e a alimentação não poderia ficar de fora. Neste momento, os pais acabam querendo fazer tudo diferente dos avós e idealizando que os filhos serão super, mega saudáveis. É importante saber que nas primeiras semanas o bebê experimentará diversos tipos de alimentos, novas conexões cerebrais se formarão para texturas, sabores e cheiros. Nas primeiras semanas é comum que os bebês rejeitem totalmente os alimentos, chorando, virando a cabeça de forma negativa, cuspindo e até tendo reflexos semelhantes a ânsias. Esta rejeição não quer dizer que ele não gostou. Cada alimento deverá ser oferecido pelo menos umas oito vezes, até virar um hábito.

 

♥ Sabemos que uma comida saudável é super importante, mas ao mesmo tempo percebemos que hoje em dia existe uma preocupação que chega a ser excessiva para evitar que as crianças comam alimentos com glúten ou que não sejam totalmente orgânicos. Mas no “mundo real”, nem sempre isso é possível. Claro que não somos favoráveis ao consumo de alimentos industrializados para crianças, mas afinal de contas, um brigadeiro ou uma comidinha mais infantil num festa de aniversário de vez em quando, pode ou não pode?

Claro que pode! Um brigadeiro não causará prejuízos, salvo casos de alergias ao leite e outros problemas de saúde. Vivemos em uma sociedade onde infelizmente prevalecem os alimentos industrializados e fechar a criança em um mundo idealizado ou “em uma bolha” só terá prejuízos em conviver com amigos na mesma idade. Existe uma recomendação mundial que uma criança até os 2 anos não deve ingerir nenhum alimento com açúcar refinado, o que acredito ser uma ”doce” ilusão. Acredito que o mais importante é explicar, sempre e em todos os momentos, quanto ela pode comer, pois dar limites é sempre importante. Devemos saber escolher os alimentos industrializados, não cair na propaganda enganosa com conceitos “saudáveis”. Uma ótima dica é coragem para ler todos os rótulos de alimentos e claro, dar preferência a alimentos menos processados possíveis.

 

♥ A obesidade infantil é um problema real, que além de trazer prejuízos e riscos à saúde da criança, muitas vezes ainda ocasiona o bullying. Qual a sua sugestão para aquelas mães cujos filhos são mais difíceis para comer e não aceitam muito bem verduras e legumes?

A obesidade, seja de adultos ou crianças, não é aquilo que olhamos por fora, esteticamente. É uma doença complexa que envolve diversos fatores alimentares, emocionais e fisiológicos, não somente genético. Deverá ser tratada em equipe por profissionais especialistas e jamais submeter crianças a dietas restritivas. Na alimentação de uma criança com obesidade é comum o excesso de alimentos industrializados, ou seja, excesso de refrigerantes, em alguns casos diariamente, frituras, macarrão instantâneos, sucos artificiais, entre outros e pouco ou nada de alimentos in natura (frescos, tais como frutas, verduras e legumes). Neste sentido, todos os esforços dos pais deverão ser de substituir os hábitos excessivos da seguinte maneira:

– Fale “Não” e não ceder a choros, birras, etc. – vai doer, resista, vai passar.

– Evite comer na frente da televisão.

– Para os pais/mães que trabalham muito, programem-se para pelo menos duas a três vezes por semana almoçar ou jantar com os filhos (mesmo os bebês) na mesa, sem televisão.

– Envolva a criança no processo da escolha dos alimentos com aulas de culinária, visita a feiras e supermercados. Em casa, todos da família deverão experimentar a escolha da criança. Há crianças de 10 anos que não sabem o que é uma fruta, por isso, envolvê-las é fundamental.

Esta atitude também é válida para crianças de 2 a 4 anos em fase de rejeição total para experimentar novos alimentos (neofobia alimentar) ou seletivas de uma hora para outra (seletividade alimentar por determinado grupo de alimentos).

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